sexta-feira, junho 23, 2006

Nizâmî - Laylí e Majnún

A aflição e o sofrimento acabrunham a Majnún.
Não obstante, o jardim de Laylí floresce como em primavera.
Como pode seu amor viver alegremente, aplacado,
E sorrir de uma piada, enquanto ele é trespassado por mil setas?
Nizâmî (1140/6-1203/9).
Trad. por Sam, do espanhol de
Jordi Quingles i Fontcubierta (1991).

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segunda-feira, junho 12, 2006

Rumi

Cada lua, ó meu amado, por três dias estou demente;
Hoje é o primeiro deles -- Por isso me vês contente.

Mowlana Rúmí ou Jalálu’d-Dín-i-Rumí (1207-1273) .
Trad. por Sam, a partir do inglês de
Marzieh Gail (The Four Valleys).

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domingo, junho 11, 2006

Farídu’d-Din ‘Attár - A Conferência dos Pássaros

Numa noite, uma multidão alvoroçada
De mariposas estava aglomerada
Para a verdade ser aprendida
Acerca da luz que por velas é emitida,
E a uma delas decidiram mandar
Para juntar informações acerca do brilho singular.
Uma voou até a uma distância para discernir a janela
De um palácio no qual se queimava uma vela –
E ainda mais se aproximou; de volta voava
Para dizer aos outros o que achava.
O mentor das mariposas dispensou a sua declaração,
Dizendo: “Nada sabe ele da combustão”.
Uma mariposa que, comparando à anterior, era mais arrojada
Partiu para o palácio e passou para além de sua entrada.
Flutuou com desejo temeroso pelo éter,
À volta da aura do fogo azul e a tremer,
Então foi de volta para dizer quão longe havia ido
E quanto havia visto e o que havia acontecido.
O mentor disse: “Não possuis os sinais
De alguém que sobre o brilho das velas saiba mais”.
Outra mariposa partiu – seu voo estonteante
Tornou-se num cortejar da luz radiante;
Mergulhando e alto voando em seu transe agitado
Ego e fogo, pela dança, como um foi mesclado –
As asas, o corpo e a cabeça engolidas pela chama;
E seu ser brilhava num terrível translúcido cor-de-flama;
E quando o mentor viu o súbito ardor
As mariposas viram nos brilhantes raios a perda e a dor,
Ele disse: “Ele sabe, ele sabe a verdade que procuramos,
Aquela verdade oculta da qual não falamos”.
Ir para além de todo o conhecimento presente
É encontrar a compreensão que evita qualquer mente,
E não podem um objetivo há muito ansiado conseguir
Sem antes ao corpo e à alma unir;
Mas basta restar uma parte, para te puxar
Um cabelo e ao desespero te lançar –
Não se aceita o ego de criatura alguma
Onde se quer que toda identidade suma.
Farídu’d-Din ‘Attár (1117-1230).
Trad. por Sam, a partir do inglês de
Afkhan Darbandi e Dick Davis (1984) de
Mantiqu’t-Tayr (A Conferência dos Pássaros) .

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